O que é social commerce?

De forma simplificada, social commerce significa vender produtos por meio das mídias sociais, muitas vezes sem que o consumidor sequer precise deixar a plataforma. Imagine o seguinte: você está sentado no metrô, esperando um amigo ou apenas relaxando em casa. Com o smartphone em mãos, você confere o feed do Instagram e do Facebook e admira uma cuidadosa curadoria de belos posts sobre estilo de vida, até que um produto específico chama a sua atenção, apresentado por sua personalidade favorita das redes sociais. Com as técnicas mais recentes de social commerce, você pode atender aos seus próprios desejos quando tiver vontade, selecionando seu produto e indo diretamente para o pagamento sem sair do ambiente confortável e familiar do aplicativo da sua mídia social favorita.

Esta configuração possui forte apelo — e as marcas começaram a aproveitar as últimas novidades em Inteligência Artificial, Big Data e tecnologias de ponta para oferecer este serviço aos usuários das mídias sociais.

Uma mudança de paradigma com a pandemia

Os efeitos disruptivos da pandemia da Covid-19 em 2020 e 2021 transformaram radicalmente o cenário do consumo. Vendas em lojas físicas sofreram quedas significativas com as restrições de locomoção e com as medidas de distanciamento social. Varejistas do setor do luxo e lifestyle tiveram que agir rapidamente ao perceber que deveriam fortalecer suas vendas on-line para compensar os prejuízos causados pelas lojas que foram fechadas temporária ou mesmo permanentemente.

As marcas mais preparadas escalaram de forma massiva as técnicas que já utilizavam para social commerce, garantindo que ofereceriam aos consumidores confinados em suas casas o que eles buscavam: uma forma perfeitamente integrada e gratificante de comprar, das inspirações nas mídias sociais ao pagamento e entrega em apenas alguns cliques. E os consumidores responderam com grande entusiasmo. A consultoria Insider Intelligence relatou que as compras on-line em todo o mundo dispararam 7,6% em 2020, já que a população, que não podia sair de casa, buscou escapar da realidade por meio das mídias sociais. Como resultado, marcas bem posicionadas viram suas vendas via social commerce dispararem em um período complicado para muitas empresas.

Ainda hoje, com a economia começando a se recuperar da pandemia, parece que a tendência do social commerce chegou para ficar, já que os consumidores se habituaram às facilidades e à espontaneidade de comprar on-line por meio das suas redes sociais. De acordo com o relatório “Social Commerce 2021”, da Insider Intelligence, a projeção é de um aumento de 34,8% para as vendas do varejo via social commerce nos EUA, chegando a US$ 36,09 bilhões em 2021, representando 4,3% de todas as vendas do varejo eletrônico. O aprendizado: este é um momento crucial para as marcas se manterem em destaque e aproveitarem a situação.

Gerações e localização geográfica

Para garantir que estejam focando nos consumidores certos via redes sociais, as marcas precisam garantir que atendem às tendências, que variam a cada geração e ao redor do mundo.

No Ocidente, por exemplo, os millennials e a geração X são relativamente leais ao Facebook e ao Instagram ao buscar inspirações para suas compras. Já a superengajada geração Z, população que entrou no e-commerce apenas recentemente, está focando cada vez mais na rede do momento, o TikTok.

Na China, o social commerce se desenvolveu de forma acelerada, incentivado principalmente por Alibaba e Tencent. Baseados no setor de e-commerce, que já está bem estruturado no país e que chega a ser três vezes superior ao dos EUA, estes dois gigantes da tecnologia abriram caminho ao incorporar técnicas de social commerce em suas plataformas. Graças à sua grande participação no mercado, junto ao volume não menos importante das vendas feitas em outras redes sociais, incluindo Weibo, WeChat, Pinduoduo, Douyin e Little Red Book, as vendas na China via social commerce estão projetadas para atingir a enorme marca de US$ 363 bilhões em 2021.

Onde quer que você esteja no mundo, manter uma mensagem consistente e coerente em todas as redes sociais é requisito para que a imagem da marca permaneça em destaque de forma diferenciada, assim como para promover a confiança dos consumidores.

Presença constante

Como as mídias sociais já deixaram de ser uma novidade, consumidores conectados esperam estratégias cada vez mais sofisticadas das marcas. O caminho mais convencional para enaltecer um produto com a postagem de uma foto pela própria marca ou por um influencer é um bom ponto de partida, mas já não é suficiente. Varejistas on-line precisam ir além para manter seus seguidores nas redes sociais engajados e motivados a comprar.

Para se destacar na multidão, as marcas devem multiplicar sua mensagem através de diferentes canais das mídias digitais — e, ao mesmo tempo, garantir que seus posts não pareçam com os já obsoletos anúncios. O uso de links em Stories efêmeros já é um método bem testado, que ajuda a promover uma sensação de conexão pessoal com os consumidores. Indo além no processo de consumo, o lançamento mais recente, que já se tornou um grande sucesso com os consumidores, envolve ferramentas de compras no próprio aplicativo, criadas na interface de redes sociais como Instagram e Facebook. Outras marcas estão adotando abordagens de marketing ainda mais diretas, como o lançamento de desafios com hashtags ou repostar fotos de seguidores com seus produtos para criar uma comunidade on-line exclusiva e aumentar o engajamento dos usuários.

Conforme o social commerce domina uma grande parcela do varejo, é essencial para as marcas utilizarem não apenas uma mídia social, mas diferentes canais para se manter à frente da concorrência e criar uma experiência de marketing perfeitamente imersiva.

Em um varejo forçado a entrar no ambiente digital pela pandemia, é ainda mais importante do que nunca que as marcas mantenham uma presença nas redes sociais que seja consistente e atraente, além de continuarem acompanhando as novas tendências das compras on-line. O social commerce está crescendo — e veio para ficar.